Naveguem por este mundo sem validade!

terça-feira, 30 de julho de 2019

Update!

Estou a dois dias de iniciar as minhas férias (não vejo a hora). Nos últimos dias fui acometida pelo fenómeno das constipações de verão (vá-se lá entender porquê...talvez porque o tempo tem sido tão constante e ameno…ou não…). O vírus da constipação deixou-me prostrada no sofá (com mais tempo para ver televisão, redes sociais, etc...) e então, dei conta do seguinte:
A Foxlife passou numa semana todos os filmes de Natal da Hallmark (WTF??) e estamos em plena estação de Verão!! Aceitava melhor se tivessem passado o Baywatch ou os jogos sem fronteiras!
Vou estar um mês de férias (é verdade...não me batam, por favor!) e é provável que me "ausente" da blogosfera, mas volto (concerteza).
Ah! A imagem alusiva à praia paradisíaca que se encontra, imediatamente, abaixo não é, de todo, representativa do local das minhas férias mas, a bem da verdade, eu gostaria muito que fosse!



quarta-feira, 24 de julho de 2019

É tudo uma questão de frutos secos...

...e de Oliver Jeffers (grande e icónico ilustrador de quem eu gosto muito) a explicar tudo muito bem explicadinho!

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Porque chove meu anjo?


Pega na caneta com a mesma delicadeza de uma agulha quando, esta, penetra na pele. Desta vez não dói. Os músculos transpiram, tímidos, num sossego invejoso. Na folha não há palavras que preencham o espaço em branco, apenas traços e cores. Com os pés fixos no chão, suga a energia terrena enquanto desenha. Os desenhos têm a forma do seu tormento. Conto nuvens, flores e inúmeras cabeças de onde nascem braços. As cabeças são as mães dos braços. E os braços são as raízes que as alimentam.
As nuvens tem chuva. Porque chove meu anjo? Pergunto. Porque a chuva é azul, responde. Azul, também é a cor dos meus sonhos e tu ainda não sabes. Talvez nunca entendas.
Escondes os olhos debaixo de dioptrias e o sorriso frágil que intercalas com provocações. Descalças os sapatos e pões os pés a nu. Pés que fogem quando não aguentam o calor emanado de um amor pérfido. Amor que não te escolheu.


Ilustração de Julia Seaside

terça-feira, 16 de julho de 2019

Um telefonema, uma história.

O calor fere os meus sonhos. Transforma-os em pesadelos e reduz a qualidade do tempo em que me desligo do mundo. Acordo e venho escrever. A gata deita-se cuidadosamente no meu colo, situando-se entre a minha barriga e o computador. Eu tento movimentar-me o menos possível para que o seu corpo quente e vibrante permaneça junto de mim e me ajude a esquecer o que, minutos antes, me despertou. 

Ontem,no final do dia, recebi um telefonema de um número desconhecido. Do outro lado, a voz denunciava o peso da idade. Era uma senhora. Assumi que fosse um engano. Mas era eu que estava enganada. A senhora tinha intenções de falar comigo. Começou a conversa da forma mais transparente e genuína que conheço. Arranjou o meu número junto da funcionária de um organismo público do local onde eu moro, assumiu sem preconceito. Tem 88 anos e ouvira falar que eu era menina de paixões. E foi a minha paixão pelo teatro que a levou a procurar-me. Tem a quarta classe, dá erros e a letra dela é pouco legível, segundo ela, só meia dúzia a devem entender. Mas eu explico tudo à menina se for preciso, acrescentou. Durante toda a sua vida, o seu prazer mais visceral fora escrever. Tem mais de 20 cadernos escritos com poesias, peças de teatro e até anedotas. Não gostava de morrer sem que nada daquilo fosse lido e representado por alguém. Tenho uma pena enorme não poder dar isto a alguém que saiba valorizar, repetiu várias vezes. Seguiu-se o convite para ir a sua casa. 
Irei. E levarei comigo, a sensação incrível de que o bonito pode ainda ser mais bonito quando vivido e sentido desta forma.
Obrigada dona L.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

O poder de um vestido!

O calor tem sido mais que muito e é impossível, por estes dias, usar calças de ganga no trabalho. Portanto, a indumentária mudou e ao que parece não foi indiferente aos olhos dos meus mestres.
Hoje, um dos meus alunos, cuja forma de pensar e falar é bastante peculiar (exemplo de uma frase/diálogo bastante comum: O D é do despertador, o P é da panela), trazia consigo uma maçã na mão, dirigiu-se a mim e disse (desviando intermitentemente o seu olhar):
- M de…. pernas!
Eu sorri e ele, de imediato, reformulou:
- M de maçã. O T. está a comer uma maçã.
Afinal há regras?


segunda-feira, 8 de julho de 2019

Coisas que o meu filho pergunta...

Isto podia acontecer-me.
Depois de mais um dia de férias em casa dos avós e a caminho de um jogo de futebol,o meu filho diz o seguinte:
- Enfermeiras drogadas por idoso ter dado canabis num bolo por engano.
- Ãh? Onde viste isso?
- No telemóvel da avó.
- Ahhh...
Para que o assunto morresse ali... fiquei alguns segundos em silêncio, o que foi claramente insuficiente, pois ele volta à carga:
- O que é isso canabis? E como é que se põe num bolo?
(Silêncio)
- É uma planta que é considerada droga e não sei como se fazem bolos. Afinal a que horas é o jogo? Pergunto na esperança que o assunto termine (por enquanto).

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Objeto de vida ou morte?

Iniciei uma aventura em Lisboa na passada terça-feira e que me fez lembrar o tempo em que era estudante universitária.
 Este ano faz 20 anos que entrei para a faculdade e quase já não me lembrava como era andar de transportes públicos (relembro-vos que a minha vida atual se passa numa aldeia, cujas filas de trânsito apenas acontecem nos semáforos junto à igreja). Há 20 anos ninguém tinha rede de telemóvel no metro. As pessoas dormiam ou liam livros. Era uma imagem que eu apreciava com alguma frequência. Cabeças que tombavam para a frente e para os lados, os olhares cruzavam-se entre carruagens e parecia tudo, como direi eu, mais genuíno. Esta terça-feira na minha curta, mas tão longa, viagem de metro os meus olhos absorveram tudo o que acontecia à minha volta (estava sozinha num encontro comigo mesma, portanto, dada a reflexões). As pessoas riam-se para os ecrãs de telemóvel, saíam e entravam nas paragens segurando os telefones como se a própria vida dependesse daquele objeto. Talvez seja mesmo isso. Um objeto de vida ou morte. Será?

P.s. Já no expresso,  de regresso a casa, vim a testar a minha capacidade de apneia intermitente, já que a pessoa que, tão "delicadamente" me disse que eu estava no lugar dela (à janela), passou o tempo a ressonar e a pender para o meu ombro e a produzir alto débito de suor com aroma (tudo menos bom), fruto de uma provável corrida para chegar a tempo ao autocarro.

Retirado da net