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quarta-feira, 1 de maio de 2019

O outro lado do amor

A Mia (amarela, 10 anos) e a Sushi (preta, 8 anos) existem desde sempre na vida dos meus filhos. A Mia vem acusando o peso da sua idade. Demora a levantar-se, corre menos e agora, aparecem com mais frequência feridas nas patas. Não gosto pensar no futuro sem elas, não consigo sequer concebê-lo.
A pequena C., observadora nata, perguntou-me depois de me ter avaliado a olhar para as "nossas meninas"[como a gíria diz: "um olhar diz tudo", não é?]:
- Mamã, a Mia vai morrer?
- Um dia [nem quis acreditar que disse isto em voz alta].
- Não te preocupes, quando ela morrer já não tem doi-doi nas patas - tranquilizou-me a pequena.
Mia e Sushi
O amor não tem que obedecer a regras, a ideias ou correntes de pensamento. Há amores que não se definem, nem tem de ter definição. Há amores que empedram o movimento das pernas. Há amores que sufocam e outros simplesmente alimentam. Há amores sem resposta e outros são cheios de perguntas. 
Ah...e se o amor tem lados? Não me parece.

6 comentários:

  1. Fizeste-me chorar. Daquele choro bom. :)
    É tão bom ler-te!

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  2. O amor tem lados
    tem o esqquerdo
    tem o direito
    e os meus têm todos
    sorriso ao meio

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  3. No espaço de seis meses perdi dois... Não havia nada a fazer. Esta é sem dúvida a coisa mais difícil que ouvi... Não há nada a fazer. E acaba ali. Mas a dor fica. Espero que se transforme na lembrança boa dos muitos anos que vivemos juntos. Acho que o L. de 11 anos aceitou melhor a partida que eu....

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    1. Vai transformar, a seu tempo. Grande beijinho!

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