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terça-feira, 19 de maio de 2015

O que farias se soubesses que tinhas um criminoso a viver em tua casa?

...eu ficava histérica e começava a chamar o M.C.  aos gritos, para ele ir buscar uma vassoura para dar conta do criminoso (uma vez tentou afastar uma cobra assim, com pouco sucesso é certo. Talvez seja melhor rever a minha abordagem). Mas já lá iremos.
Não estou não.
Receber visitas em casa é sempre um prazer para mim e para o M.C. 
A única coisa que o M.C. odeia é a parte em que eu o obrigo a entrar na minha obsessão pela casa arrumada e limpa. Nessa altura, são frequentes os bufos e arfares típicos de um touro pela casa (o M.C. diria que eu o escravizo, mas eu acho que ele é um exagerado sem correção!)
Vês? Também se pode ser super-herói a fazer limpeza!

Perguntam vocês: mas o que tem a ver as visitas com criminosos?
Passo a explicar. Esta história remonta o ano de 2012. 
Um casal amigo da famosa terra de artesanato peculiar, veio à aldeia fazer-nos uma visita. A S. estava grávida (de uma menina linda, digo-vos já!) e o L. conduzia uma carrinha Ford nova, que espelhava por fora e tudo.
Cá estão os famosos soldados.
Depois do almoço fomos tomar café. Levámos a nossa carrinha (velha e podre), pois queríamos ser o mais acolhedores possível, não queríamos que gastassem combustível. Salvaguardamos a carrinha nova do L. e da S. dentro do nosso jardim, com portão fechado e tudo (por esta altura, já tínhamos ganho o prémio de casal anfitrião do ano!).
Tão arranjadinhos.
Saímos então na nossa carrinha para tomar um café e quando voltámos a casa eis que o mistério e o pânico se apodera dos nossos carregados semblantes!
A carrinha Ford novinha em folha, a espelhar por dentro e por fora, tinha um pneu completamente no chão e as restantes rodas sem qualquer pipo.
(imaginem isto, dito com voz grossa e pausada, no escuro e com uma lanterna a apontar para o nariz)
Primeiro pensamento:
"Fomos roubados, quiseram levar a carrinha, não foram capazes e por ruindade, toca a esvaziar pneus!"
Segundo pensamento:
"E que cena! O L. e a S. nunca mais cá vem. Mas que raio de merda aconteceu aqui?"
Vá...pensem duas vezes, nós já não sabemos o que fazer. Trocar de carrinha?
Depois de alguma reflexão, mil e uma desculpas por não sermos uma casa segura (mesmo com portão fechado), o M.C. vê a Sushi muito quieta e parada e resolve ir junto dela.
A prova do crime estava mesmo à vista de todos. Os pipos das rodas espelhados pelo jardim e alguns junto dela, todos roídos!
A Sushi tinha sido uma criminosa do pior. Uma besta chauvinista que nos deu cabo do título e da nossa reputação como casal anfitrião.
Agora que o mal está feito é que fazes essa cara?
Ralhámos com ela (para dar um ar de disciplinadores e conhecedores do comportamento animal), enquanto ela nos olhava com ar de:
"aproxima-te vá..que eu vou-te encher de baba, beijos nas orelhas e vou deitar-me de barriga para cima para me coçares."
E foi o que fizemos depois deles terem ido embora, pois ralhar não é bem a nossa cena.


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