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quinta-feira, 5 de março de 2015

151 dias de ti...

151 dias de ti.
Quando soube que te esperava, achava que sabia tão bem a lição....ainda por cima, grávida pela segunda vez...o que é que eu ainda não sabia? 

Pernas inchadas, enjoo, mau-estar...tudo fazia parte da bagagem lexical do meu primogénito V.. Sentia-me confiante. Costumava dizer a quem não conhecia: "grávida do segundo filho", para provar ao mundo que eu sabia o que estava a fazer, que estava segura e que nada me poderia fazer perder o foco. Mas vieste provar-me o contrário. Provar-me que nada é adquirido e que nem por um instante, poderias ser esquecida e, por isso, vivemos uma história tão diferente e intensa, tão autêntica e cheia de poder e energia. 

9 meses de ti, num misto de emoções de amor, angústia e medo. Que ânsia eu vivi para te conhecer!...Queria olhar para ti e cobrar-te os recados que foste mandando,  malandreca! 
Puseste-me à prova, sem saberes. Mas mostraste-me um "eu" que não conhecia. Um novo"eu" que não sabia que era capaz de se adaptar e resistir ao imprevisto, ao sobressalto do desconhecido...à simples frase: "está tudo bem, mas...". 

Prescindi de consultas em livros,  consultas na Internet, ou mesmo de conversas e partilhas com amigas e deixei-me ir...deixei que me guiasses até ao fim, mesmo sabendo que o medo, por vezes, me petrificava as emoções e me bloqueava. E, por fim, vieste. Cheia de amabilidade e calor...simplesmente, a respirar. 

No primeiro encontro com o teu irmão, senti borboletas no estômago, fazendo-me lembrar o dia em que conheci o teu pai. Presenciei a transformação de um olhar em amor puro, sem reservas ou indefinições. Que  amor grandioso e poderoso.  

Com 10 dias, soube o que é sentir pânico, impotência e medo paralisante. Biologicamente determinada para apenas olhar enquanto dormias, eis que o universo me virou o mundo ao contrário. No meu colo, dormias tranquilamente, enquanto todo o meu corpo hipervigilante se detinha dos fios que te acompanhavam, dos sons que definiam a tua condição.  Era a tua mãe, ali naquele espaço, tão perdida mas tão certa que ser mãe era mais que dar alimento, mais que correr para chegar a tempo de te dar banho...Uma mãe "a caminho"...

Hoje sei que, enquanto mãe, continuo a percorrer um caminho incompleto, desconhecido, sem destino ou tempo marcado...que se pode alterar e reescrever...que se pode aperfeiçoar... Hoje voltaria a escolher o mesmo caminho...fá-lo-ia as vezes sem conta. 

151 dias de ti baby C.
151 dias de nós...


9 comentários:

  1. e eu.. a privilegiada madrinha!!!!! o meu coração está 151 dias mais rico!! :) Que doçura de princesa!

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  2. Conhecer-lhe a nuca
    Já não é coisa pouca

    sobretudo se somada a essa vaidade de ser mãe
    (orgulho? vaidade?, não sei bem...)

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    Respostas
    1. Uma soma singular com certeza.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    4. Uma soma singular com certeza.

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