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quinta-feira, 4 de julho de 2019

Objeto de vida ou morte?

Iniciei uma aventura em Lisboa na passada terça-feira e que me fez lembrar o tempo em que era estudante universitária.
 Este ano faz 20 anos que entrei para a faculdade e quase já não me lembrava como era andar de transportes públicos (relembro-vos que a minha vida atual se passa numa aldeia, cujas filas de trânsito apenas acontecem nos semáforos junto à igreja). Há 20 anos ninguém tinha rede de telemóvel no metro. As pessoas dormiam ou liam livros. Era uma imagem que eu apreciava com alguma frequência. Cabeças que tombavam para a frente e para os lados, os olhares cruzavam-se entre carruagens e parecia tudo, como direi eu, mais genuíno. Esta terça-feira na minha curta, mas tão longa, viagem de metro os meus olhos absorveram tudo o que acontecia à minha volta (estava sozinha num encontro comigo mesma, portanto, dada a reflexões). As pessoas riam-se para os ecrãs de telemóvel, saíam e entravam nas paragens segurando os telefones como se a própria vida dependesse daquele objeto. Talvez seja mesmo isso. Um objeto de vida ou morte. Será?

P.s. Já no expresso,  de regresso a casa, vim a testar a minha capacidade de apneia intermitente, já que a pessoa que, tão "delicadamente" me disse que eu estava no lugar dela (à janela), passou o tempo a ressonar e a pender para o meu ombro e a produzir alto débito de suor com aroma (tudo menos bom), fruto de uma provável corrida para chegar a tempo ao autocarro.

Retirado da net

10 comentários:

  1. Eu tenho pavor do metro... vão super cheios... com o espaço das pessoas e do braço em frente a segurar num telemóvel.

    Lembro-me desse metro que falas, até me lembro do segundo uso que se dava aos bilhetes desse metro que falas...

    É tão triste esta suposta " evolução "...

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    1. É mesmo triste. Mas tentar contrariar a tendência pode fazer a diferença!
      Abraço!

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  2. Realmente... faz quase 20 anos que Eu entrei para a faculdade! Ou faz mesmo 20 anos!
    Fónix estão VELHOOOOOOO!

    Dito isto...
    O telemóvel é uma besta, como toda e qualquer dependência. Dos muitos privilégios que tenho na vida, um deles é o de o poder desligar à noite sem que com isso venha uma catástrofe na minha vida.
    Ontem acordei com uma SMS, uma senhora/menina tentou-me ligar às 22:47h do dia anterior e... já estava desligado. Às vezes desligo-o bem cedo prevendo que ninguém terá nada para me dizer após aquela hora. 99,9% das vezes estou certo ;)

    Beijinhos a 100% ***************

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  3. Quando estudei em Lisboa fugia do metro, gostava mais de andar de eléctrico para ver as coisas, mas hoje já ninguém quer ver as coisas, sentem-se sós e não sabem o que fazer se não estiverem em companhia do seu telemóvel. Acho que no fundo até é uma espécie de refúgio.....

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    1. Mas se vamos e estamos disponíveis as coisas acontecem...e coisas em bom! Conheci um pintor de 80 anos na passada quinta-feira no eléctrico que me relatou coisas bem bonitas. :))

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  4. Só ando de transportes públicos (metro) quando vou fazer algum exame ou consulta. Moro a 2 Km de qualquer das duas entradas com metro e é a melhor opção.
    Mais do que uma vez tirei o telemóvel da bolsa, não por necessidade, mas para não me sentir discriminado pois, numa carruagem onde és o único que não vai de telelé nas unhas, sentes que és tu o atrasado mental.

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    1. É quase como alguém boceja e de imediato tens de bocejar, muitas vezes não dá para controlar. Quando te apercebes, já lá estás com ele na mão!
      Abraço!

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  5. Telemóvel, realmente
    Tirou a gente do sério!
    Vive-se sob certo império
    Dele - e quase dependente,

    E o pior é que não se sente
    Isso. É mesmo um mistério!
    Leva o cara ao cemitério
    Vivo e nem se quer doente

    Pois é vivo e meio morto,
    Anda na rua absorto
    Sem se dar conta da vida.

    É claro que é um conforto!
    Porém, é "um navio no porto
    Sem chegada e sem partida".

    Boa crônica! Parabéns! Grande abraço! Laerte.


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    1. Olá Laerte! Bem-vinda ao meu iogurte! Grande abraço!

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