Pega na caneta com a mesma delicadeza de uma agulha quando, esta, penetra na pele. Desta vez não dói. Os músculos transpiram, tímidos, num
sossego invejoso. Na folha não há palavras que preencham o espaço em branco, apenas
traços e cores. Com os pés fixos no chão, suga a energia terrena enquanto
desenha. Os desenhos têm a forma do seu tormento. Conto nuvens, flores e
inúmeras cabeças de onde nascem braços. As cabeças são as mães dos braços. E os
braços são as raízes que as alimentam.
As nuvens tem chuva. Porque chove meu anjo? Pergunto. Porque
a chuva é azul, responde. Azul, também é a cor dos meus sonhos e tu ainda não sabes.
Talvez nunca entendas.
Escondes os olhos debaixo de dioptrias e o sorriso frágil
que intercalas com provocações. Descalças os sapatos e pões os pés a nu. Pés
que fogem quando não aguentam o calor emanado de um amor pérfido. Amor que não
te escolheu.
Ilustração de Julia Seaside |
:)
ResponderEliminarOnde está o botão de fazer "like"?
Beijinhos sem redes, nem sociais *************
😊
EliminarBeijinhos sem redes, nem sociais!
“As cabeças são as mães dos braços” serão os pés os dedos do coração? :)
ResponderEliminar❤️
EliminarUau!
ResponderEliminarLindo. Adorei.
Nem encontro palavras..
Adorei :)
Only_mafy grande beijinho!
EliminarAs crianças
ResponderEliminartêm o dever
de saber
a razão do chover
e também
que chove sempre
nos olhos de alguém
(já mo dizia
minha mãe)
E quando chove, chove a sério…
EliminarGrande abraço Rogério!
Prosa poética no seu melhor e mais belo.
ResponderEliminarBjs
Obrigada Pedro! Beijinhos!
EliminarOh. Que lindo. :)
ResponderEliminarBeijinho
beijinho Gaja MAria!
Eliminar:)
Estou encantada! Que incrível *-*
ResponderEliminarObrigada Andreia! beijinho
Eliminar"As cabeças são as mães dos braços... " lindo... gosto da forma como narras, como nos descreves ao pormenor as tuas vivencia, com uma delicadeza quase tão crua que a sentimos na pele. Adorei o petiz que desenha sonhos de liberdade no papel.... a forma como interages com ele e ele contigo... essa forma sublime de explicar a chuva pela necessidade de traduzir a beleza do azul, mesmo nos dias mais cinzentos, por nos dares a primeira entender tão bem as tuas vivências, quase como se fosse nossas.. gosto definitivamente de te ler.
ResponderEliminarÉ uma honra vir ca.... e é giro estar a faze-lo agora... no exato momento em que tive novas tuas.
Abraço amigo Pedro! grande beijinho
EliminarMuito lindo este texto 😍
ResponderEliminarObrigada!
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