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quarta-feira, 5 de junho de 2019

A Aparição.

Ontem acabei a minha "incursão" pela "Aparição" de Vergílio Ferreira. Nunca tinha lido, aliás, não me lembro de ter feito esta viagem literária no 12 º ano (na minha altura era obrigatório...provavelmente devo ter lido apenas o resumo) e se a tivesse feito com 17 anos, penso que não teria dado o devido valor a esta obra. Nessa altura, era demasiado imatura e pouco humilde para ler e reler frases vezes sem conta à procura de um sentido, de um entendimento do que as palavras me estariam a dizer. Agora, os meus 3 ou 4 cabelos brancos (nem me olho no espelho com pormenor, com receio do aumento da contagem) sempre fizeram a diferença. Fico com aquela sensação de que estou munida de estratégias existencialistas para lidar/pensar com e sobre a morte. Pelo menos tentar vê-la sobre nova perspetiva. Mas a realidade, lembrou-me que  não passa de uma sensação pois, na semana passada, a morte saiu à rua impiedosamente a uma jovem de 27 anos (que eu conhecia) e nada de filosófico lhe encontro. Apenas, a ideia trágica que num segundo tudo muda de uma forma completamente irreversível.




(À estrelinha que foi brilhar cedo demais, aqui fica a minha "aparição" e o desejo que brilhes sempre na memória de quem fica para te lembrar)

7 comentários:

  1. Estou a viver o drama de um grande amigo.
    Que TEM QUE ultrapassar a maldita doença.
    Bjs, bfds

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  2. Sabes que tenho lido outras pessoas a dizer o mesmo, que a " Aparição " não ficou na idade que leram, mas agora, na idade que têm, a entendem muito melhor.. acho que também a vou ter de a revisitar, porque também não me lembro de grande coisa!

    Lamento pela amiga.

    Beijinhos

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    1. Sim, a maturidade permite-nos analisar frases e ideias de uma forma completamente diferente! Lê!
      Beijinhos

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  3. Também li A Aparição meio a dormir. Estudei à noite, depois dos 30 e andava tão cansado que lia hoje e amanhã estava tudo apagado.
    Quanto à morte, apesar de ser a única coisa que todos temos garantida, penso que nunca estamos preparados. Nem para a nossa, nem para a dos outros.
    Eu enfrentei-a há 14 anos (cirurgia a um cancro do pulmão, seguida de infeção hospitalar) e tinha pesadelos com aquela figura de negro e gadanha em riste, a chamar-me com o dedo (psst, psst) do fundo do corredor onde fiquei na primeira semana, por falta de camas (sim, em 2005 já havia doentes nos corredores. Não sei como é que só agora os bastonários dos médicos e enfermeiros deram por isso).
    Continuo a achar que a morte é um desperdício. Passamos a vida toda a adquirir sabedoria e quando estamos quase sábios, vem a gaja da gadanha e ceifa-nos a sabedoria toda. 🤣

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    1. Mas estás vivo e a escrever e isso é maravilhoso! Obrigada pela partilha pessoal da tua experiência. De mim para ti: um abraço!

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