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segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

As asas são o cérebro dos sonhos.


Vens respirando ruidosamente. Trazes a turbulência na tua aura. Rodas os olhos no máximo que o movimento do teu pescoço te permite e vês-nos. Elogiamos o teu cabelo. Pareces o John Lennon, digo-te sorrindo. Retribuis. És amável, tal como imagino o teu interior.  A tua verdade é crua. As tuas mãos desprezam-te. Ausentes de qualquer função, tocam apenas as estrelas quando se desfazem em poeira e gás. Cobrem-te e agarram-te com tal força gravítica que não te consegues desprender dessa cadeira que te adormece. Mas nem sempre se tem a sorte de ser tocado por elas. As estrelas não morrem assim. A temperatura da tua pele acolhe o meu arrepio. A pele que te protege como uma mãe que engaiola o seu filho, numa espécie de ninho anti roubo. Pesquiso nos teus olhos onde pairam as tuas asas. Perdeste-as? Ou alguém alguma vez te falou da sua existência? Lamento que as desconheças. As asas são o cérebro dos sonhos. Nunca te disseram?  Lamento que te esqueçam de dizer as coisas importantes.
Não sou nem nunca serei uma estrela, mas posso sussurrar-te ao ouvido para que sintas o meu quente. Não ficarás brilhante nem serás mágico. Continuarás preso a essa cadeira, mas lembrar-te-ás mais vezes que existes, prometo.

8 comentários:

  1. É mesmo isso 😊😘

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  2. Se desconhece, tens de lhas mostrar. As asas são-nos tão necessárias quanto a água e o ar.
    Beijinho

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    1. Não será fácil mostrá-las. Mas se acreditarmos, porque não? Beijinho

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  3. E promete continuar a escrever assim?
    Bjs

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  4. Que texto tão maravilhoso! Estou encantada *-*

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