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terça-feira, 4 de julho de 2017

Eu, sem filtro.

Eu sei que por aí deambulo. No aí de agora. Jogo às cartas e aguardo o meu momento. Sei que me impressiono com pouco. Sou uma má jogadora. Conto com a derrota, mas mesmo assim aguardo ali, no ali do “por enquanto”. “Por enquanto” pode ser muito tempo. Resolvo então acreditar, por enquanto. Assim, sem nada pedir, pode ser que chova. Chova daquela chuva que se gosta. Chuva que me dissolve o mal que tanto luto por destruir. Sei que no sim e no não, vive a minha incerteza. Está resguardada do tudo e do nada. É imaculada aos meus olhos. Não me quero desnudar em devaneios. Quero perder a cabeça na altura certa entre o cinismo das preposições e o inevitável da vida.

Eu, sem filtro.


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